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domingo, maio 26, 2013

Análise: Project Zomboid

Analisado por InfamyKing



Eles vêm aí!

   Project Zomboid é um jogo RPG Sandbox desenvolvido pela companhia TheIndieStone. Este jogo ainda se encontra numa fase de desenvolvimento alfa, na versão 0.2.9.8b, sendo que vou falar de algumas características que estão planeadas para versão 0.3.0.0 (RC3.0, que está para breve!) e mais além. Neste jogo, o jogador, tu, controla uma única personagem que é colocada num mundo pós-apocalíptico governado pelos mortos-vivos onde o seu único verdadeiro objetivo é sobreviver.




Agora numa cidade perto de si!

   O jogo decorre na terra ficcional de Knox County, na cidade de Muldraugh (baseada na versão real). A história não está desenvolvida ainda mas estão planeadas várias campanhas diferentes, cada uma podendo ajudar a desvendar o “Porquê?” e o “Como?” do vírus Zombie. Estas campanhas vão permitir-te experienciar o apocalipse do ponto de vista de várias personagens diferentes, acompanhando-as nas suas (lê “tuas”) escolhas e no desenvolvimento da sua relação com as pessoas que as rodeiam. Para já temos uma única campanha, denominada “'Till Death Us Do Part”. Esta (curta) campanha acompanha a história de Bob (também denominado de Baldspot por causa da careca) e da sua mulher Kate, servindo para já como tutorial para te introduzir ao estilo e às mecânicas do jogo. Embora pequena, esta mini-campanha está muito bem realizada e permite-te ter um vislumbre de como vai ser o dia-a-dia da tua personagem quando o jogo estiver completo.




Não consegues escapar…

   O jogo começa por te pedir para customizares a tua personagem ao teu gosto, escolhendo a sua aparência e género, as qualidades e defeitos. A primeira parte ainda não está muito desenvolvida, mas a questão das qualidades e defeitos está bastante bem pensada. Tu tens que selecionar defeitos para a tua personagem, os quais te dão pontos para poderes gastar em qualidades. Há que ter em atenção que algumas características entram em conflito com outras, pelo que não dá para teres uma personagem que é simultaneamente atlética e obesa. Depois de teres escolhido tudo como queres, podes começar a tentar sobreviver.
   Vais notar que começas no interior de uma casa, supõe-se que é a tua. A partir daí, és livre de percorrer o mundo e agires como bem entenderes. No entanto, se o teu objetivo for mesmo sobreviver ao apocalipse e não ser comido vivo assim que decidires sair porta fora, terás de começar a procurar por comida, ferramentas e armas, tanto na tua como nas casas da vizinhança. Terás construir defesas que mantenham afastados os mortos-vivos (mesmo que seja só temporariamente). Terás de te esquivar e esconder dos mortos-vivos, senão arriscas-te a ser o lanche de alguém. Terás que aturar com os seus gemidos, noite e dia, a toda hora. Tudo isto enquanto fazes os possíveis para te manteres são e resistir à tentação de meter uma bala na cabeça (e tem atenção que isso faz muito barulho! E os mortos parecem ter uma atração natural pelo barulho). Terás de fazer os possíveis para manter o aborrecimento e a depressão afastados, lendo livros, construindo coisas, até mesmo cozinhando para ti uma simples sopa deliciosa ajudará.
   E isto tudo será ainda mais importante quando, poucos meses depois de os primeiros mortos-vivos aparecerem, a infeção começar a tornar-se mundial e os serviços de água e eletricidade deixarem de funcionar. Nesta altura, tudo muda. Os enlatados começam a valer tanto como o ouro, mas mesmo esses não durarão para sempre. Se quiseres sobreviver, terás de aprender a criar e a caçar a tua própria comida (a caça ainda não está implementada).
   No entanto, não serás obrigado a enfrentar o fim do mundo sozinho. Nem toda a Humanidade se extinguiu, ainda há uns quantos indivíduos neste novo mundo que conseguiram sobreviver à chegada dos mortos-vivos (multiplayer local e online planeados, com splitscreen já em desenvolvimento). Poderás encontrar estes indivíduos nas tuas viagens, mas recomendo precaução ao entrar ao contato com eles, principalmente se for um grupo. Nem toda a gente tem a capacidade para conseguir encarar o apocalipse e manter-se mentalmente são… Poderás formar (e quebrar) alianças/grupos com outros indivíduos e grupos, terás de controlar as tensões dentro do teu grupo, lidar com os rebeldes e realizar decisões difíceis, tanto para a tua sobrevivência como para a do grupo, tudo isto enquanto tentam manter a ameaça dos mortos-vivos longe de vocês.
   No entanto, apesar de todos os seus esforços, a morte acabará por chegar até ti. A morte é uma certeza neste mundo. O próprio jogo quando começas diz-te isso: “THIS IS HOW YOU DIED”. Quanto tempo tu consegues mantê-la afastada de ti é outra história completamente diferente.
   Outra questão emerge face a isto: quando o momento chegar, como é que tu o vais enfrentar? Vais-te barricar dentro da tua casa e esperar como um cobarde pelo fim? Ou levas todos os que puderes contigo? O mundo é teu, a escolha é tua.
   Embora o jogo ainda não esteja terminado (os NPC’s estão a ser terminados enquanto escrevo esta análise), dá a ideia de ser um jogo completo com todas as características que já possui, sendo extremamente divertido e emocionante jogá-lo no estado de desenvolvimento em que ainda se encontra.




E entra logo a matar!

   A primeira coisa com que somos confrontados é o menu. Este permite imediatamente ter uma ideia da atmosfera do jogo, com uma imagem de fundo do Bob a segurar a Kate nos braços, gravemente ferida. A música entra imediatamente em cena e como ela entra! Muitas vezes dou por mim a olhar para o menu durante uns bons minutos antes de começar a jogar só para poder ouvir um pouco a música e, assim, começar a entrar no papel da personagem. Mesmo durante o jogo, a música é essencial, adicionando uma atmosfera ao jogo que altera completamente (e muito positivamente) a nossa experiência de jogo.
   O estilo gráfico do jogo não é nada de revolucionário, apresentando ao jogador uma perspetiva isométrico (2.5D) do mundo. Pessoalmente, eu acho-o bastante atrativo. Tanto os morto-vivos, como os NPC’s e os jogadores são representados por sprites (obtidas a partir de modelos animados 3D). No geral, os gráficos são simples, mas ajudam a passar a mensagem de forma eficiente e a criar a atmosfera perturbante do jogo. Para além disso, provam que não são necessários gráficos de topo para um jogo ser bom.




Quando o fim chega… como é que tu vais escolher morrer?

   Para concluir, face a tudo o foi dito, creio que resta apenas dizer que este é um ótimo jogo. Há já muito tempo que procurava um jogo como este e tenho a dizer que não fiquei minimamente desapontado! Recomendo a qualquer pessoa que goste de jogos RPG e sandbox e, no entanto, que também gostem de serem desafiadas constantemente. Uma autêntica pérola no mercado de jogos para PC atualmente.


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