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quarta-feira, março 11, 2015

Análise: Castlevania Harmony of Dissonance


Um castelo familiar no horizonte
Lançado originalmente para o GameBoy Advance em 2002, e mais recentemente relançado na consola virtual da Wii U, Harmony of Dissonace é o segundo jogo do GBA que segue o espírito de jogo de outro jogo da série, Symphony of the Night, que foi lançado para a PS1 e Sega Saturn. Esta saga é publicada pela Konami, da qual este jogo faz parte, sendo do estilo de um Metroidvania, ao ponto que também dá nome ao género.
Sendo sincero, a minha experiência com jogos de Castlevania ainda não é muito grande, tendo apenas jogado alguns clássicos, mas tenciono mudar isso. Mesmo assim, um dos jogos que joguei foi o Symphony of the Night e quando me informei sobre este jogo, logo fiquei interessado. Então, para começar um mês dedicado a esta saga, este será o primeiro jogo posto à prova.


O fardo de um Belmont
A história começa com um membro do clã mais famoso do franchise, Juste Belmont. Este encontra um amigo, Maxim Kischine, num castelo e conta que foi atacado juntamente com uma amiga deles, Lydie, a qual foi raptada, encontrando-se presa neste castelo. Para ajudar à situação, este encontra-se com amnésia e não consegue lembrar-se do como isto aconteceu nem quem é o culpado. Juste deixa Maxim na entrada do castelo e segue para salvar a sua amiga. No entanto, mal este entra no castelo, é abordado por Death que confirma que este é mesmo o castelo de Dracula, o inimigo principal da série. Começa novamente a missão de explorar as profundesas deste castelo para descobrir que está por detrás do seu aparecimento e destruir o mesmo, salvando os seus amigos no processo.
A história no que toca a um castlevania é bastante comum, tendo uns desenvolvimentos interessantes aqui e ali, mas nada muito fora do normal. Os personagens envolvidos são tal como a história, normais, não sendo muito explorados para além das suas caraterísticas básicas. Mas é interessante ver a relação de um Belmont, tendo em conta fardo que este tem, com um amigo próximo. Não há muito mais que possa falar desta, o diálogos estão decentemente construídos e, como não tem vozes, não se pode questionar a atuação.


A luta de um caçador de vampiros
Como mencionado acima, o gameplay é do estilo Metroidvania, inspirado no Symphony of the Night, mas não estamos obviamente a jogar como Allucard e, sim, com Juste Belmont. E como todos o Belmonts, em que, quando comparado a Allucard, o número de armas é limitado, tendo unicamente como a arma principal o chicote, denominado Vampire Killer, o qual posso afirmar que ao menos funciona suficientemente bem. Temos as sub-weapons como em qualquer castlevania que funcionam como habitualmente, dando uma outra possibilidade de ataque. Para ajudar na versatilidade de combate do personagem ainda temos a magia, que funciona de forma diferente que o Symphony of the Night, dado que em vez de termos ataques mágicos separados, podemos usar os diferentes livros de magia, combinando-os com as sub-weapons, criando ataques diferentes. Mesmo que isto limite os ataques mágicos, com a sub-weapon que escolhemos, penso que é uma forma interessante de dar ainda mais uso às mesmas. Em relação à mobilidade, este é ainda mais rápido que Allucard, com dois dashes para a esquerda e para a direita dependendo do botão, podendo ser usados tanto para desviar de ataques como para mover rapidamente pelo castelo, ajudando na sua exploração.
Falando em exploração, o tamanho do castelo é bastante grande quando pensamos que estamos a falar do GBA e quando mais tarde desbloqueamos o outro castelo paralelo, é ainda mais surpreendente. O primeiro castelo já tem grande variedade suficiente para se aguentar sozinho, com bom design e muitas salas diferentes, mas depois o segundo castelo ainda vem aumentar mais o tempo de jogo. Pena que o mesmo podia ser um pouco mais diferente do primeiro, mas ao menos algumas salas num castelo fazem alterações no outro, formando alguns pequenos puzzles interessantes. Mesmo assim, alguns puzzles em certas salas do castelo podem ser aborrecidos. Em termos de flow, penso que o jogo morre um pouco a meio, pois a progressão requer que se ande um pouco para a frente e para trás, e na altura não há um bom meio de viajar com facilidade por todo o castelo.
À medida que exploramos o castelo, também é possível encontrar vários itens, os quais podemos equipar no Juste. Gostava apenas que em termos de espaço para equipamentos fosse melhor, dado que é um pouco restrito. Mas evoluir o personagem é tão bom como no outro jogo, e dá uma boa sensação de poder ao destruir inimigos.
Falando em inimigos, existe uma grande variedade deles, tanto novos como de outros jogos, e a forma diferente como usaram alguns é refrescante. Em termos de bosses, gostava que houvesse um número maior, e que tivessem táticas mais variadas, visto que alguns pareciam muito parecidos.


Um aparência vinda de caos
O jogo sendo do GBA, obviamente que vai sofrer em qualidade visual quando comparado com o seu antecessor, mas para o que a consola consegue, está bom. E assenta muito bem visualmente com o resto do franchise. Gosto especialmente dos detalhes de diferenças entre castelos e em alguns efeitos visuais, tanto de plano de fundo como de alguns inimigos.
A música sofre pela mesma razão, mas não consegue dar uma experiência tão boa como a parte visual. Algumas músicas soam bem, como esperado do franchise, mas outras são simplesmente aborrecidas, ou mesmo fracas.


O orb da vitória
Como seria esperado, o jogo é uma experiência sólida do franchise, mesmo vindo de uma portátil. Pode não estar ao nível do seu antecessor espiritual, mas com uma fórmula de gameplay solidificada, uma apresentação decente e uma história básica, é um bom jogo para fãs e entusiastas do género. Tenho que admitir que mesmo assim me surpreendeu, pois estava à espera de um jogo mais fraco, mas isso não se verificou.
No final, visto este estar acessível a um preço razoável, consigo facilmente recomendá-lo, mesmo para quem nunca experimentou um jogo do franchise.

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